terça-feira, 3 de março de 2009

O drama da Guiné-Bissau

A Guiné-Bissau foi a primeira das possessões portuguesas na África a ganhar a independência em 1974. Na época da emancipação, o mundo saudou os novos países que surgiam depois de longo período de colonialismo lusitano. Mais uma nação de língua portuguesa despontava no cenário internacional. No início, Guiné-Bissau e Cabo Verde caminhavam para a formação de um único país, mas, posteriormente, essa união tornou-se inviável.
Desde 1980, com a derrubada do presidente Luiz Cabral, irmão do herói da independência Amílcar Cabral, a Guiné-Bissau convive com conflitos e enfrentou guerra civil em 1998, que, praticamente, destroçou a economia da jovem nação.
O país vive uma situação de caos agravada desde ontem, com o assassinato do presidente João Bernardo “Nino” Vieira, morto por militares. No domingo, um atentado com explosivos havia eliminado o chefe do Estado-Maior do Exército, general Tagmé Na Wai. O atentado contra o militar foi atribuído à milícia que apoiava o presidente Vieira e, ontem, veio a retaliação por parte de integrantes do Exército. Até a tarde, a situação era incontrolável no país africano. Cerca de 250 brasileiros moram em Guiné-Bissau.
A instabilidade tem marcado a história recente das ex-colônias européias da África. Na maioria dos casos, as partilhas do território africano pelas potências ocidentais não obedeciam a nenhum critério étnico e povos diferentes eram obrigados a conviver numa mesma área. Com a independência esses problemas afloraram e deram origem à maioria das guerras civis, conflitos estimulados pelos mercadores de armas internacionais.
Que a Guiné-Bissau encontre o caminho da paz e do progresso e supere os graves problemas que afligem o seu povo.

Paulo Verlaine - Jornalista do O POVO verlaine@opovo.com.br

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