terça-feira, 3 de março de 2009

Brasil alerta ONU sobre barreiras contra imigrantes

O Brasil advertiu na Organização das Nações Unidas (ONU) para o risco de que barreiras contra imigrantes se proliferem diante da crise econômica que atinge os Estados Unidos e a Europa. Nas últimas semanas, Inglaterra, Espanha, Itália e outros governos têm anunciado medidas para frear a imigração. Diante de um desemprego recorde, a população dos países ricos pressiona cada vez mais para que seus executivos reservem os postos de trabalho apenas para os nacionais. Na Grã-Bretanha, a contratação de estrangeiros engatilhou uma greve em todo o país. Mas a própria Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta que os imigrantes já estão sendo os primeiros a serem demitidos diante da crise. Nos EUA, a taxa de desemprego entre os hispânicos passou de 5% em 2007 para mais de 8% no início de 2009, acima da média nacional. Em Portugal, um em cada três brasileiros está sem trabalho. Ontem, num discurso na sucursal da ONU em Genebra, o ministro-chefe da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, alertou para o fenômeno. “A crise financeira não pode deter os esforços para o respeito dos direitos humanos”, disse. Apesar de atacar, o Brasil é um dos países que até hoje não assinou a Convenção de Migrações da ONU, que estabelece que cada país deve assegurar direitos aos estrangeiros. Se depender de Vannuchi, o Brasil poderá receber ex-detentos de Guantánamo. É a primeira vez que um membro do governo Lula se manifesta a favor da ideia, que vem sendo incentivada pelos EUA. Vannuchi disse que dará seu apoio caso a questão seja discutida no governo. (das agências de notícias)

O Povo, 03/03/09

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